
Abel Ferreira, em entrevista aos canais oficiais da FIFA, foi questionado sobre a estreia no Mundial de Clubes, contra o FC Porto, dado o seu passado sportinguista: “Sim [é especial], porque vai ser contra um clube português. E quando isto calha no sorteio, é o que é e nós temos que aceitar. Para nós, enquanto Palmeiras, é o nosso adversário, é uma equipa que tem um histórico na Europa absurdo e em Portugal também. De muitas glórias, muitas conquistas.”
“Eu sou do norte [de Portugal], Porto é norte, apesar de eu ter sido jogador e treinador do Sporting. Joguei na equipa principal, mas fui treinador na formação que é mais no centro do país. Mas há uma rivalidade muito grande entre, neste caso, norte e centro-sul, que é Lisboa. Mas, acima de tudo, o especial é por ser um clube português, nada mais que isso. Sei que é um adversário que vai se preparar muito bem, sei que é um clube extremamente aguerrido e competitivo”, acrescentou.
“Tem uma coisa que eu gosto muito que é jamais desistir, vai lutar sempre até o fim. Mas, quando chegar este momento, estaremos preparados para o que será o primeiro jogo, no palco que será a final. Há duas coisas que nós temos que fazer: a primeira é competir, mas a outra também é desfrutar de uma oportunidade que, por mérito próprio, conquistamos através da conquista da Libertadores, que nos dá por direito e por mérito, o poder de disputar este Mundial.”
Sobre os seus objetivos, Abel mantém a humildade: “Nós temos um objetivo muito claro: primeiro é passar a fase de grupos, e isso vai depender da forma como nós formos encarando cada jogo, e, portanto, é um de cada vez, para conseguirmos o nosso primeiro objetivo que é passar a fase de grupos.”
“É verdade que teremos 10% de possibilidade ou de hipótese de poder ganhar este Mundial, pois bem, vamos lutar por estes 10% começando primeiro, com nosso primeiro foco em passar a fase de grupos. Este terá que ser o nosso primeiro foco e objetivo”, completou.
O treinador de 46 anos também abordou o caso de racismo que Luighi sofreu recentemente.
“Só quem sente [sabe]. Eu posso dar só uma opinião. Eu não estou na pele de quem sente, mas eu acho que há imagens que falam por mil palavras. Posso estar aqui a falar do que eu quiser durante horas, mas eu nunca vou conseguir sentir a dor que nosso jogador Luighi sentiu naquele momento. E ele é um menino. É genuíno. Foi extremamente corajoso.”
“A pergunta que eu faço é: que marcas psicológicas deixa isto num jogador que tem 18 anos? Por muito que eu falo, não foi comigo. Por muito que eu me solidarize, quem sente é ele. Estamos em pleno século 21, já não cabe este tipo de comportamento. Há medidas e ações que têm que ser feitas, custe a quem custar, doa a quem doer. Só assim é que nós conseguimos passar à frente”, concluiu.
O Palmeiras vai jogar contra o FC Porto no seu primeiro jogo no Mundial de Clubes 2025, no dia 15 de junho. O Inter Miami, de Messi, e o Al Ahly completam as equipas do grupo A. Recorde-se que os dois classificados do grupo avançam para os oitavos de final.