
Hulk Hogan, um dos maiores nomes da história do wrestling, morreu aos 71 anos na manhã de quinta-feira, 24 de julho de 2025, em sua residência em Clearwater, no estado da Flórida. A causa oficial foi uma parada cardíaca. Equipes de emergência foram chamadas para atender uma ocorrência médica e, apesar dos esforços no local e no trajeto ao hospital, ele não resistiu. O ícone da luta livre deixa um legado que moldou a cultura esportiva e televisiva das últimas quatro décadas.
O ex-lutador, cujo nome verdadeiro era Terry Gene Bollea, enfrentava uma recuperação recente de uma cirurgia no pescoço, realizada semanas antes de sua morte. O procedimento visava corrigir uma lesão crônica causada por décadas de impacto físico nos ringues. Apesar da alta hospitalar, havia certa preocupação com sua saúde geral, embora sua esposa, Sky Daily, tivesse negado publicamente os boatos de coma. A parada cardíaca pegou familiares e fãs de surpresa.
Hogan marcou a história do wrestling ao se tornar o rosto da World Wrestling Federation durante os anos 1980, quando o esporte deixou os ginásios locais e invadiu a televisão global. Com seu visual inconfundível, frases de efeito e carisma exagerado, ele se tornou a primeira grande superestrela global da luta livre. O apelido “Hulkamania” não era apenas marketing: representava uma geração inteira de fãs e produtos licenciados.
Durante sua carreira, acumulou 12 títulos mundiais e protagonizou combates históricos em eventos como WrestleMania. Sua popularidade foi tão grande que extrapolou o esporte. Hogan estrelou filmes, programas de TV e até reality shows. Era presença constante em campanhas publicitárias e talk shows, tornando-se um rosto reconhecido mundialmente. Sua figura era sinônimo de força, espetáculo e apelo midiático, algo que poucos atletas conseguiram replicar.
No entanto, sua trajetória também foi marcada por controvérsias. Em 2012, tornou-se protagonista de um processo milionário contra um site que divulgou um vídeo íntimo seu sem autorização. O caso resultou em uma indenização milionária e serviu como marco jurídico sobre privacidade na era digital. Já em 2015, declarações racistas atribuídas a Hogan vieram à tona, o que levou à sua suspensão da WWE e provocou duras críticas. Ele foi reintegrado anos depois, mas o episódio deixou marcas.
Nos últimos tempos, Hulk Hogan manteve-se ativo no debate público, especialmente em apoio ao ex-presidente Donald Trump. Em 2024, chegou a participar de um comício do Partido Republicano, rasgando a própria camiseta no palco em gesto emblemático. A cena viralizou nas redes sociais e mostrou que, mesmo longe dos ringues, sua imagem continuava poderosa para parte do eleitorado americano.
A morte de Hogan encerra uma era marcada por exagero, drama e espetáculo. Sua jornada, do ringue à tela, do herói ao polêmico cidadão, resume a complexidade de um personagem que atravessou gerações. O impacto da sua figura no entretenimento de massa ainda será tema de debate por muitos anos, especialmente num tempo em que a saúde dos veteranos do wrestling volta ao centro das discussões.