
Róger Guedes, goleador brasileiro de 28 anos que brilhou no Atlético Mineiro e no Corinthians e atualmente representa o Al-Rayyan, do Catar, revelou em entrevista ao Abre Aspas, do Globoesporte, que teve tudo fechado para ser reforço do FC Porto, mas surgiu em cima da hora uma proposta choruda da China e acabou por se mudar para a Ásia, em 2018, quando tinha apenas 21 anos.
“Seleção? Acho que a vez que eu mereci ir foi na época que estava no Atlético Mineiro, só que acabei por ir para a China. Duas semanas depois teve uma convocatória. Eu acho que, se não tivesse ido para a China, eu teria ido para o FC Porto, estava certo para ir para a Europa, eu acho que assim eu teria sido convocado para a seleção. Não me arrependo de não ter ido para o FC Porto. No caso, não me arrependo de ter ido para a China, porque eu estava praticamente com tudo certo com o FC Porto. Dois dias depois eu viajaria, tinha falado com a equipa técnica [Sérgio Conceição era o treinador na altura]. E a proposta da China chegou nas últimas 15 horas da janela de transferências. Eu tinha 20/21 anos, não tinha uma base financeira ainda boa, estável. Tinha o salário de jovem a subir da formação, e eu pensei na minha família”, comentou, explicando a decisão: “Eu tinha recebido uma proposta antes da Arábia Saudita, que já era mais restrita na época, e a minha esposa disse que não gostaria de ir. Depois chega a da China também no último dia de janela, foi boa a parte financeira, também era um país mais liberal, a minha esposa aceitou, e eu fui pela família. Talvez, se eu tivesse mais tempo de resposta, não teria ido. Talvez eu conseguiria pensar mais no sonho que tinha de jogar uma Champions League, mas como me apanhou desprevenido, tinha que responder rápido, então na época pensei mais na família.”
A proposta do FC Porto era financeiramente pouco atrativa, recorda, mas tinha outros aliciantes: “Era bem menos. No FC Porto eu ia ganhar quase menos do que no Galo. Iria mais pelo sonho de ir para a Europa, uma vitrina, porque o FCP Porto é um trampolim para uma equipa maior na Europa. Eu tinha essa certeza, tenho até hoje, que se eu estivesse na Europa estaria numa equipa grande também, pelo dom que Deus me deu. Mas não me arrependo, não. Foi o momento certo de eu ir.”