
O acidente e suas consequências imediatas
No dia 7 de maio de 1995, ocorreu um trágico acidente no antigo estádio de Alvalade, em Lisboa, quando o varandim da estrutura cedeu devido à pressão dos adeptos que se aglomeraram para ver a chegada do autocarro do FC Porto. O incidente resultou na morte de duas pessoas e deixou dezenas de feridos, muitos deles em estado grave. Entre as vítimas estava António Dionísio, então com 17 anos, que sofreu múltiplas fraturas e entrou em coma. O momento foi capturado pelas câmeras da TVI, que mostraram jovens caídos no chão, alguns inconscientes.
O relato das testemunhas
Testemunhas do acidente, como Fernando Santos, antigo jornalista da TVI, descreveram a cena como caótica e inesperada. Ele relembrou ter visto pessoas caindo em massa, umas sobre as outras, enquanto outras tentavam se levantar. João Guerreiro, amigo de António Dionísio, também recordou o momento em que a multidão se aproximou do varandim, causando o colapso da estrutura. No dia seguinte ao acidente, 20 pessoas ainda estavam internadas, duas das quais em coma, incluindo António.
As sequelas de António Dionísio
António Dionísio, hoje com 47 anos, sofreu graves lesões no acidente, incluindo fraturas no fémur, costelas, crânio e punho. Apesar de ter conseguido retomar parte de sua vida, ele nunca se recuperou completamente. Cerca de 20 anos após o acidente, começou a sentir problemas nos joelhos, especialmente no direito, que sobrecarregou o lado esquerdo do corpo, o mais afetado na queda. Em 2020, foi informado de que precisaria de uma cirurgia no joelho.
O conflito com o Sporting
Após o acidente, o Sporting assumiu a responsabilidade pelo pagamento das despesas médicas e de reabilitação de António Dionísio. No entanto, em 2020, quando ele solicitou ajuda para a cirurgia do joelho, o presidente do clube, Frederico Varandas, inicialmente prometeu analisar o caso, mas, um ano depois, informou que o processo estava “fechado” e que o clube não forneceria mais apoio. António Dionísio expressou sua frustração, afirmando que os problemas de saúde que enfrenta são consequências diretas do acidente de 1995.
A posição legal e a resposta do Sporting
A advogada Rita Garcia Pereira explicou que o Sporting foi responsabilizado pelo acidente devido às más condições estruturais do estádio e, por isso, era obrigado a custear os tratamentos relacionados aos danos sofridos em 1995. No entanto, o clube, ao ser questionado pela equipa do programa *Acontece aos Melhores*, respondeu apenas que prestou todo o apoio necessário na época, sem comentar sobre o pedido recente de António Dionísio. O caso continua a gerar debate sobre a responsabilidade do clube em relação às vítimas do acidente.