
Revelação feita em tribunal pelo agente da PSP responsável pelas buscas ao domicílio do antigo líder dos Super Dragões.
A 7.ª sessão do julgamento da Operação Pretoriano ficou marcada por mais um episódio insólito no processo que envolve Fernando Madureira, antigo líder da claque Super Dragões. Em tribunal, esta segunda-feira, foi revelado que a Polícia de Segurança Pública (PSP) encontrou um saco de papel com 31.550 euros em numerário debaixo da cama do casal Fernando e Sandra Madureira.
O agente Rui Costa, responsável pelas buscas domiciliárias, confirmou em audiência que, para além do montante em causa, foram também apreendidos mais 620 euros no mesmo quarto. Segundo o seu testemunho, o casal estava deitado na cama no momento da chegada da polícia, tendo Fernando Madureira confirmado que o telemóvel apreendido lhe pertencia.
“Apreendi um telemóvel e fui informado pelo senhor Madureira que era dele. Foi apreendido um saco de papel com 31.550 euros”, referiu o agente.
31 crimes em julgamento e apenas Madureira em prisão preventiva
O julgamento, que decorre no Tribunal de São João Novo, no Porto, começou a 17 de março e tem em causa 12 arguidos que respondem por um total de 31 crimes, a maioria relacionados com incidentes ocorridos em torno da Assembleia Geral do FC Porto, em novembro de 2023.
Entre os crimes imputados estão:
- 19 crimes de coação e ameaça agravada
- 7 crimes de ofensa à integridade física no âmbito de espetáculo desportivo
- 1 crime de instigação pública a um crime
- 1 crime de arremesso de objetos ou produtos líquidos
- 3 crimes de atentado à liberdade de informação
- Fernando Madureira é o único arguido em prisão preventiva, enquanto os restantes foram libertados ao longo das várias fases processuais com medidas de coação mais leves.
Caso continua a abalar bastidores do FC Porto
Este processo continua a agitar o universo portista, sobretudo numa fase sensível da vida institucional do clube, marcada pela recente transição de presidência. A ligação entre Madureira, as claques e o apoio à anterior direção tem sido amplamente escrutinada.
O julgamento prossegue nos próximos dias, com mais testemunhas e intervenientes chamados a tribunal. O desfecho da Operação Pretoriano poderá ter implicações diretas no futuro da cultura ultra em Portugal e na forma como se regulam as claques organizadas.