
O ano de 2024 foi uma autêntica montanha-russa: uma derrota pesada nas urnas, o 69.º título conquistado no Jamor, na despedida da presidência, e a luta titânica contra a doença oncológica. Resiliente, continua a seguir o FC Porto, esteja frio, chuva ou sol.
Pinto da Costa celebra este sábado 87 anos. Se marcar presença no Estádio do Dragão, no dérbi frente ao Boavista, será seguramente saudado por milhares de portistas. É o primeiro aniversário fora da presidência do FC Porto, ao cabo de 42 anos de liderança em que conquistou 69 títulos no futebol.
Um ciclo de triunfos ao serviço dos azuis e brancos que o tornaram, mesmo aos olhos de quem nele não votou nas eleições em abril e ao olhos do seu sucessor, André Villas-Boas, o «presidente dos presidentes.» O antigo dirigente máximo do FC Porto luta conta um cancro terminal na próstata e foi recentemente submetido a uma intervenção cirúrgica a uma fratura no fémur. Resiliente, aquele que é presidente honorário do FC Porto e sócio 587, voltou ao estádio para ver os jogos da equipa, mas não na tribuna presidencial. O choque com o elenco de Villas-Boas – que assume aspetos de extraordinária bipolaridade, atendendo que o atual presidente o visitou no hospital e até o desafiou a aceitar uma homenagem em vida – fê-lo trocar a tribuna pelo camarote do seu apoiante João Rafael Kohler.
Para todos os efeitos, 2024 foi um ano que marcou a vida de Pinto da Costa e do FC Porto. O ano da absoluta viragem, depois de uma derrota esmagadora nas urnas no ato eleitoral para os Órgãos Sociais do FC Porto, a 27 de abril. O sufrágio mais concorrido da história dos azuis e brancos culminou com o triunfo do projeto de André Villas-Boas, que recolheu 21.489 votos, representativos de 80,3 por cento do universo de eleitores, contra apenas 5.224 votos de Pinto da Costa.