
Rui Costa está a ser ouvido em tribunal, esta quarta-feira, 9 de abril, no âmbito do processo ‘Saco Azul’, e clarificou, desde logo, que o dossiê em causa não estava a seu cargo e que, por outro lado, estava somente ligado ao “acompanhamento ao futebol, à equipa e ao treinador”, atirando as culpas para Luís Filipe Vieira e Domingos Soares de Oliveira.
Rui Costa: “Quando se levantou a questão deste contrato foi dada a explicação. Para mim, plausível”
O dirigente encarnado sublinhou que, na sua opinião, o contrato em causa “não foi uma coisa importante para o Clube”, mas destacou, por outro lado, que “nem sempre” era discutidos no conselho de administração os “contratos com alguma dimensão”, até pelo facto de existir, à época, “confiança nas pessoas”. “Quando se levantou a questão deste contrato foi dada a explicação. Para mim, plausível”, acrescentou.
Rui Costa explicou, depois, que “grande parte” da assinatura dos contratos na Benfica SAD ficavam a cargo de Luís Filipe Vieira, ex-Presidente do emblema da Luz, e Domingos Soares de Oliveira, antigo CO-CEO da SAD, embora não negue que tenha, também ele, assinado “muitos contratos” sem que estes passassem pelo conselho de administração. “Não existiu qualquer report”, garantiu.
O atual dirigente encarnado frisou que não se recorda do polémico documento, ainda que esteja “a par” do mesmo e que sobre ele nunca tenha existido “qualquer relação de desconfiança” nem “nenhuma suspeita”. Disse, ainda, que nunca viu dinheiro vivo a circular na SAD encarnada e lembrou que, após o início do processo, instaurou uma “investigação interna” para “apurar a veracidade do contrato”, levada a cabo por Miguel Moreira.
Vale lembrar que, de acordo com a acusação do Ministério Público, está em causa um esquema de prestação fictícia de serviços informáticos, num montante de 2,2 milhões de euros. A acusação refere que o Benfica terá emitido faturas e, posteriormente, pagado à empresa Questão Flexível por trabalhos que já estavam à responsabilidade de outros fornecedores, sendo que estes nunca foram, de facto, prestados. O processo é iniciado no mesmo dia em que as águias entram em campo diante do Tirsense, para a Taça de Portugal.